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As teorias da análise gráfica com PETR4 e VALE5

Ano 4, No 81

Carlos Martins: Profissional de Investimento Certificado APIMEC CNPI, autor do livro "Os Supersinais da Análise Técnica" (Ed. CampusElsevier, 2010) e sóciofundador do Trader Gráfico.



Gostaria de abordar o tema análise gráfica, utilizando como exemplo os papéis da Petrobras e da Vale, PETR4 e VALE5, respectivamente. Estes papéis são os mais negociados da Bovespa e por isso são ótimos para empregar todas as teorias da análise gráfica.

Nossa primeira lição está ligada ao volume. A análise gráfica é uma análise estatística disfarçada, muito fácil de ser aprendida e usada, porém ambas seguem algumas regras em comum. A principal regra da análise gráfica é que ela só funciona em papéis com bastante volume de negócios. Papéis estes que traduzem o sentimento dos investidores no mercado como um todo. Tendo este único filtro em mente vamos às análises.

Atualmente, a análise técnica (ou gráfica) trabalha em três frentes muito bem difundidas.
  1. Retas de suporte, resistência, linhas de tendência e figuras;
  2. Estudos técnicos matemáticos calculados sobre, principalmente, os últimos preços de fechamento; e
  3. Análise de candlesticks.
Começaremos falando de retas de suporte, resistência e linhas de tendência. Abaixo um gráfico diário atual de VALE5.

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Nele podemos observar linhas de suporte (abaixo) e resistência (acima) fortes brancas e linhas de suporte e resistência intermediárias azuis. Além disso, temos três linhas de tendência de baixa inclinadas, azuis e vermelha. A linha branca sobre o gráfico, chamada de resistência, mostra o topo mais alto dos últimos tempos, que é um preço difícil de ser atingido e ultrapassado. Da mesma forma, a linha branca de baixo, chamada de suporte, marca o menor preço dos últimos tempos e também é muito difícil de ser ultrapassada. As linhas azuis intermediárias mostram pontos de força mais fracos, mas relevantes.

A lógica de utilização destas linhas está no fato de que o mercado deve respeitá-las por um certo tempo, quando, ou desiste e volta ou consegue rompê-las e avança. Dando um exemplo, podemos ver que o preço de R$ 37,50 é um suporte muito forte neste gráfico, pois por vários dias o papel fica testando este patamar, até que desiste e sobe. O próximo patamar de força, a resistência de R$ 42,85, também é respeitada e a próxima, em R$ 46,16, deverá seguir a mesma lógica para influenciar a movimentação dos preços, como já seguiu no passado.

Também podemos observar que as linhas de tendência de baixa (azuis) vão seguindo a queda dos preços até que sejam rompidas. O seu rompimento marca o final de uma tendência principal e marca a movimentação dos preços para novas formações.

No caso de termos várias tendências no mesmo gráfico, para cima e para baixo ao mesmo tempo, teremos a formação de figuras. As mais comuns são o triângulo e o ombro-cabeça-ombro ou OCO (que possui este nome por lembrar a silhueta de uma pessoa). Abaixo temos o gráfico de PETR4 onde podemos observar estas figuras.

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A primeira figura é o OCO, onde podemos observar dois topos formando os ombros da figura, marcados pela letra O e um topo mais alto formando a cabeça, marcado pela letra C. A linha vermelha pontilhada que une os ombros é a chamada linha de pescoço, linha muito importante, que quando rompida abre uma projeção de preços para baixo, espelhando a altura da cabeça, nesta imagem marcada pela linha azul pontilhada, também chamada de objetivo. O tempo que o OCO demorou para ser formado também é importante e também é espelhado para frente para dar uma data de validade à projeção. No caso acima, em poucos dias a projeção é cumprida e os preços batem na linha azul.

Mais a frente no mesmo gráfico temos outra figura, o triângulo. Montada por uma linha de tendência de alta (vermelha) e uma linha de tendência de baixa (verde), o triângulo também monta projeções de preço e tempo quando rompido. Quando os preços rompem a linha de tendência de alta vermelha para baixo, recebemos uma sinalização de venda e, espelhando o tamanho do triângulo para baixo, chegamos até a projeção de preço, que neste caso previa uma queda de R$ 28,90 (rompimento do triângulo) até R$ 26,90 (projeção do triângulo). Podemos observar que novamente os preços caem dentro da projeção e se mantém na simetria esperada mesmo depois do objetivo cumprido.

Outra forma de análise, seria criar estudos matemáticos calculados sobre os preços de fechamento dos últimos dias. No meu livro “Os Supersinais da Análise Técnica” apresento novos estudos que possuem o cálculo de compra e venda e stop em uma única programação, permitindo ao investidor apenas seguir as indicações de compra e venda automáticas sem precisar interpretar o gráfico. Abaixo o mesmo gráfico de PETR4 com as sinalizações do estudo “Acumulação Estatística (21)”.

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Podemos observar que um novo gráfico auxiliar é inserido na parte de baixo do gráfico de PETR4. Este gráfico é composto por algumas linhas, mas sua interpretação não importa. O importante é notarmos que o estudo fica com fundo verde ou vermelho e a nossa sinalização de compra ou venda ocorrerá na troca de cor deste fundo. Se o fundo do gráfico auxiliar estava vermelho e virou para verde, temos um ponto de compra, sinalizado na figura acima com um seta também verde apontada para cima. Se o fundo mudar de verde para vermelho temos um ponto de venda marcado no gráfico por uma seta vermelha para baixo. Durante o período em que o estudo se mantém verde devemos segurar a posição comprada e durante o tempo em que fica vermelho, devemos segurar a posição vendida ou ficar de fora do mercado para este papel.

O interessante de um estudo automatizado, é o fato de ele nos mostrar os sinais já interpretados. Assim, tivemos uma primeira operação de compra marcada na imagem a R$ 30,95 com venda a R$ 35,88. Portanto com lucro. Já a segunda operação marcou uma compra a R$ 35,70, mas o mercado virou. Neste momento, o estudo refaz os cálculos e manda uma venda de STOP a R$ 33,64. Sinalizando a recompra mais recentemente apenas a R$ 28,44.

Podemos notar que nos períodos em que o estudo matemático estava vendido, as figuras de tendência também apontaram venda e suas respectivas projeções de preço, mostrando que as teorias sempre apontam para o mesmo lado, embora umas sejam mais rápidas e outras mais lentas.

Para finalizar, gostaria de mostrar um pouco sobre análise de candlesticks. Estas formações, muito admiradas nos últimos tempos, não fazem nada mais do que analisar os preços de abertura, fechamento, máxima e mínima dos últimos um, dois ou três pregões, e tirar daí uma sinalização de compra ou venda que pode ser curta ou longa. Abaixo o gráfico de VALE5 novamente analisado por meio de padrões de candlesticks.

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Usando um analisador automático, recebemos sinais de compra e venda com base em apenas três padrões de candlesticks, as estrelas e bebês abandonados, o envolvente e o piercing. As setas verdes marcam as compras e as vermelhas as vendas, da mesma forma que mostrado anteriormente. Podemos notar que as sinalizações pela análise de padrões candlesticks também é muito semelhante aos sinais que conseguimos ver olhando para as retas de suporte e resistência, que já analisamos acima. Reforçando mais uma vez que todas as teorias da análise técnica convergem para as mesmas operações.

A análise gráfica é muito extensa, mas eu quis demonstrar que o investidor não precisa ser expert em todos os seus conceitos para poder operar, já que todas as teorias tendem ao mesmo resultado. As análises, quando bem feitas, oferecem um potencial de lucro semelhante, pegando sempre os mesmos momentos do gráfico.

 
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