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Mesclando estratégias. Position, swing e day-trade juntos.

Ano 4, No 78

Carlos Martins: Profissional de Investimento Certificado APIMEC CNPI, autor do livro "Os Supersinais da Análise Técnica" (Ed. CampusElsevier, 2010) e sóciofundador do Trader Gráfico.



É comum um investidor, quando entra na bolsa, escolher o modo de operar pelo tempo de duração de cada operação, ou seja, curto, médio ou longo prazo. Isto faz com que muita gente se especialize em determinados tipos de análise e, simplesmente, ignore todo o resto.

Um exemplo é o day-trader típico, ou seja, o investidor especializado em operar no curtíssimo prazo, fazendo operações de alguns minutos que se repetem várias vezes ao dia. Ele retira uma quantia pequena de lucro em cada uma delas, mas espera obter uma rentabilidade grande ao final do mês (quando comparada a investimentos tradicionais). Este tipo de investidor sequer cogita realizar operações de position-trade, aquelas que duram meses ou até anos, pois para ele isto é muito lento.

Da mesma forma, muitos investidores que fazem position-trade não gostam, e não querem, fazer day-trade. Todos sempre escolhem uma única forma de operar, ficam nela e ignoram outros tipos de operação.

O meu objetivo nesta newsletter, é demonstrar que o mesmo investidor pode fazer diversos tipos de operação, aumentando o seu investimento de acordo com a rentabilidade da operação, mas sem deixar o preconceito ou o medo inviabilizarem parte de seus investimentos. Se você ainda não tem muito dinheiro, deve operar como é possível agora, mas acumular durante o tempo em que operar.

Abaixo mostro uma tabela de rendimentos esperados para cada tipo de operação. Isto não é científico, é apenas um consenso sobre quanto cada tipo de operação deve render. Com base nesta "esperança" de ganho, os investidores decidem como vão operar.

Tipo de OperaçãoDuração da OperaçãoRetorno Esperado por Operação (%)
Day-tradeAlguns Minutos / Poucas HorasMenos de 1%
Swing-tradeDe 2 a 10 diasDe 2 a 10%
Position-tradeMeses / AnosMais de 20%


Ressalto que é bem possível obter retornos muito maiores que 1% em operações de day-trade, assim como é possível obter prejuízos com qualquer tipo de operação. Mas isto é a realidade e, o que mostro na tabela acima, é a esperança antes do início de cada operação.

É fato que as maiores quantias não podem ser operadas em curtíssimo prazo. Por exemplo, um investidor que deseja comprar R$ 50 milhões em uma mesma ação deve diluir esta compra em diversas operações, o que pode demorar semanas para se concretizar dependendo da ação escolhida. Desta forma, um day-trade de R$ 50 milhões não é possível na absoluta maioria das ações e, naquelas em que é possível, o lucro é difícil de se obter devido à própria tendência que uma compra e venda neste volume causam no preço.

Pergunta: Então os investidores precisam de muito dinheiro para operar no position-trade? Resposta: Não. O position-trade permite que qualquer investidor opere, desde o jovem que resolve comprar R$1.000 em ações até o fundo de investimentos que aplica alguns bilhões no mercado acionário.

Porém, altos montantes sempre rendem mais no position-trade. Neste caso, para poder aplicar o seu dinheiro no longo prazo e ficar olhando ele crescer, é desejável que você não precise dele, deixe-o lá crescendo, crescendo, crescendo... e saiba a hora de vendê-lo para obter o máximo do lucro, recomprando quando novas oportunidades aparecerem.

Repare que o investidor de longo-prazo não precisa ficar o tempo todo acompanhando o mercado de ações, ele pode tirar uma semana de férias ou passar alguns dias de folga sem que isto afete a sua remuneração e nem a rentabilidade de sua carteira.

Agora vejamos o exemplo de um swing-trader e de um day-trader. Quanto mais rápida é uma operação, menor é o volume financeiro que ela comporta. Assim, quem deseja comprar agora e vender daqui a 4 ou 5 minutos, muitas vezes o faz com lotes mínimos, aplicando pouco dinheiro, mas repetindo a operação 50, 60, 100 vezes ao dia!

Pode faltar dinheiro a muitos day-traders, mas sobra tempo, pois eles devem ficar todos os dias operando, durante todo o pregão, sem descanso ou férias, pois a sua rentabilidade via de regra também é a sua remuneração. E em uma modalidade mais endinheirada, o swing-trader pode operar volumes financeiros maiores por operação em um prazo de tempo mais confortável, onde STOPs e gráficos diários fazem mais sentido.

Todos sabemos que pouco dinheiro ou muito dinheiro são conceitos relativos. Para alguns R$ 100 mil é pouco, para outros é muito. O fato é que o day-trade fica inviável a partir de uma certa quantidade de dinheiro (que varia para cada ação), pois os livros de ofertas não possuem tantas ordens em aberto quanto seriam necessárias para grandes operações. O swing-trade vira uma alternativa de curto prazo para estes casos, porém quando queremos oportunidades seguras e muito rentáveis, nos resta apenas o position-trade, que por ser lento, privilegia quem tem a maior quantidade de dinheiro, pois a rentabilidade gera mais resultado no maior montante.

Concluindo, faça position-trade com quanto dinheiro quiser, swing-trade com volumes altos e day-trade com volumes baixos. Nem todos aplicam estas regras, mas via de regra, quem deseja ganhar mais acaba sendo obrigado a seguir este caminho.

Como fazer para ser um operador completo, então?

Vou dar uma solução, uma que aprendi sozinho, com meu próprio dinheiro, nenhum livro nunca me ensinou isto, nem o revelador "Pai Rico, Pai Pobre".

Primeiro: Monte uma carteira. Você deve ter preferências, escolha ações que se encaixem no seu perfil e acumule-as (ao longo de toda a sua vida). Sempre que identificar um mercado de baixa forte virá, venda toda a sua carteira, quando achar que a baixa terminou, recompre tudo e muito mais, pois as suas ex-ações devem estar mais baratas. Lembre-se do ditado popular: "Quando há sangue nas ruas, compre ativos." Ou seja, se todo mundo acha que a bolsa vai acabar, é porque está na hora de comprar. Atenção: O dinheiro que entrar nesta modalidade não sai mais, a não ser na forma de dividendos, que, acreditem, são altos quando a carteira engorda.

Segundo: Opere no swing-trade com uma quantia considerável, que não seja a maior parte da sua carteira, mas que seja grande, pois esta modalidade representará grande parte dos seus ganhos. é impressionante como poucos dias rendem muito, em determinadas ações.

Terceiro: Quando estiver na frente do computador olhando o mercado, esteja pronto para operar oportunidades de curtíssimo prazo, ou seja, fazer um day-trade. Qualquer compra que você fizer nas modalidades anteriores resultará em "restos" de dinheiro na sua conta, ou seja, ajustes de lote que sempre sobram. Exemplo, você queria comprar R$ 30 mil em uma ação, mas comprou R$ 28.560, os R$ 1.440 da diferença ficam lá na sua conta. Estes "restos" podem render em um (ou mais) day-trade durante o dia. Se você está lá, o dinheiro também e o mercado permite, não fazer nada é igual a deixar de ganhar, ou perder.

No final do mês, os seus day-trades e swing-trades devem ter rendido bem, use parte de seus rendimentos para aumentar a sua carteira. Desta forma, você opera com segurança, rentabilidade, sem pressão emocional, mas continua operando firme e sempre. E de vez em quando, tente operações mais arriscadas, sempre com parcimônia no número de repetições destas. Digo uma frase a todos os meus alunos e espero que todos lembrem-se dela:

"Em um mercado de renda variável, o preço VARIA. Não fique parado, Deus ajuda quem arrisca!"

           Carlos Martins

 
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Carlos Martins, autor do livro "Os Super Sinais da Análise Ténica", ministra um curso no mesmo tema. Saiba mais no link abaixo:

Curso Super Sinais da Análise Técnica - 06/03/2010 - São Paulo
https://www.tradergrafico.com.br/cursos/cursos.asp?cursoid=79

Curso Super Sinais da Análise Técnica - 17/04/2010 - Curitiba
https://www.tradergrafico.com.br/cursos/cursos.asp?cursoid=80

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