Retomando as newsletters sobre estudos técnicos, nesta semana falaremos sobre o estudo
Acumulação/Distribuição, de
Larry Williams. Este estudo é semelhante ao
OBV (On Balance Volume), descrito em newsletter anterior.
O
Acumulação/Distribuição é um estudo de volume, que acumula para cima quando o mercado tem preço de fechamento superior ao de abertura e que acumula para baixo quando o fechamento é menor do que a abertura. Se ambos os preços forem iguais o estudo não se altera.
Para calcular o
Acumulação/Distribuição usamos a fórmula abaixo:
O primeiro fator a ser considerado é que este estudo não usa os dados do dia anterior, todas as variáveis são relativas ao próprio dia de cálculo. Além disso, ele usa no numerado e denominador a mesma lógica, diferenciando os preços fortes de Abertura e Fechamento (normalmente obtidos por leilão) dos preços mais fracos de Máxima e Mínima, isto faz com que o estudo acumule apenas uma parte do volume do dia, respeitando a força dos respectivos preços.
Há duas formas mais comuns de utilizar este estudo. A primeira é mapear topos e fundos nos preços e no estudo encontrando divergências que indiquem reversão de tendência. A segunda é traçar retas de
Suporte e Resistência no próprio estudo em vez de fazê-lo no gráficos de preços.
1. As divergências entre topos e fundos de indicadores e seus pares no gráfico de preço são comumente utilizadas no mercado de ações, os casos mais conhecidos são com o
Histograma MACD, o
Índice de Força Relativa e o
Momento, mas podem ser utilizadas em praticamente qualquer oscilador.
Nesta forma de operação, quando percebemos topos mais altos no gráfico de preços acompanhados de topos mais baixos no gráfico do
Acumulação/Distribuição temos uma
divergência de baixa, o que sugere queda nos preços. Um exemplo desta divergência pode ser visto no gráfico abaixo:
Acompanhe como os topos foram sucessivamente mais altos no gráfico de preço, porém não tiveram força para subir no estudo. Isto sugeriu que um reversão de tendência ocorreria após 05/05/08, o que se confirmou.
Da mesma forma, quando fundos mais baixos nos preços não são acompanhados de fundos mais baixos no estudo, temos uma
divergência de alta, o que sugere que os preços devem ter uma reversão para cima, como mostra o exemplo abaixo. Neste mesmo exemplo podemos ver outra
divergência de baixa seguida à de alta mudando novamente os preços de direção.
2. Nosso próximo sinal de operação é formado pelas retas de
Suporte e Resistência. Normalmente traçadas nos preços, essas retas também podem ser traçadas em estudos, como no
Acumulação/Distribuição. Esta regra é simples, os rompimentos de reta que significariam sinal de compra ou venda nos preços, mas deveriam ser confirmados pelo volume, já indicam compras e vendas confirmadas quando ocorrem direto no estudo.
Abaixo um exemplo da mesma tendência de baixa seguida por uma LTB (linha de tendência de baixa) nos preços e por outra LTB no estudo
Acumulação/Distribuição. A reta vertical vermelha marca o rompimento na LTB do estudo, enquanto que a reta azul marca o rompimento pela LTB do preço. Note como os dois sinais ocorrem no mesmo nível de preço, porém o sinal do estudo ocorre antes, alertando o investidor com cerca de um mês de antecedência sobre o provável fim daquela tendência.
Embora estas regras também possam ser aplicadas ao
OBV (On Balance Volume), elas são mais eficazes no
Acumulação/Distribuição.