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Entenda o Momento Atual do Mercado Financeiro - Parte 2

Ano 2, No 51

Carlos Martins: Profissional de Investimento Certificado APIMEC CNPI, autor do livro "Os Supersinais da Análise Técnica" (Ed. CampusElsevier, 2010) e sóciofundador do Trader Gráfico.



Em 15/09/2008 publicamos a Newsletter Entenda o Momento Atual do Mercado Financeiro - Parte 1, que tratava de explicar as causas do desespero global nos mercados de ações, que tinha sido desencadeado pela quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers (4º maior banco americano até então).

Nesta semana nós continuaremos o assunto de um ponto de vista mais leve. Nesta semana o Citigroup, controlador do banco americano de varejo Citibank, uma das maiores instituições financeiras do mundo, quase faliu. A tragédia se isto ocorresse seria tão grande, que na semana anterior este fato isolado foi responsável por novas baixas dos índices de ações ao redor do mundo. Porém, desta vez foi tudo diferente.

Se em meados de Setembro/2008 o governo dos EUA aprofundou a crise deixando o Lehman Brothers quebrar, nesta semana nós vimos o oposto. O Citigroup foi salvo da falência com uma injeção de dinheiro dos contribuintes americanos de, nada mais nada menos, do que 326 Bilhões de dólares, sendo 20 Bilhões direto no banco e 306 Bilhões garantindo ativos de risco que estão na carteira do banco.

Além deste maravilhoso socorro, veio a melhor notícia até então, o governo americano deu indicações de que salvará outros bancos de grande porte se isto for necessário. Desta forma, a mega-crise desencadeada por causa da quebra de um grande banco foi enterrada com o salvamento de outro grande banco, confirmando aquilo que nós e todos os seres vivos já sabíamos, que foi um ERRO deixar o Lehman Brothers quebrar.

Embora este erro tenha sido acidental (esperamos), ele serviu para adiantar um processo de reformulação das regras do sistema financeiro internacional, adiantando diálogos já existentes sobre a regulação do mercado financeiro intercontinental.

Destes novos diálogos, esperamos algumas novidades, como a transferência do fórum de discussão do G7 para o G20, onde o Brasil e outros emergentes estão incluídos, coordenação de bancos centrais de diversos países de forma regular e avanço nas legislações de todos os países que fazem parte desta discussão em uma mesma direção.

Notem que ampliar o número de países que discutem os problemas mundiais e alinhar as suas economias locais com a economia global é um avanço gigantesco. Ninguém em sã consciência apostaria que 2008 seria o ano de tamanha evolução internacional, principalmente após mais um fracasso da rodada de Doha para o comércio mundial. Rodada esta que deve ser retomada, uma vez que o comércio ampliado ajudará a minimizar o período de recessão nos países ricos.

Após a confirmação de recessão em países da União Européia, Japão e de fortes indícios nos EUA, além da queda nas commodities (o petróleo fechou esta semana valendo um terço do que valia há alguns meses em seu topo histórico), temos quase todas as componentes ruins precificadas no mercado de ações, fora e dentro do Brasil. Isto quer dizer que a partir de agora os esforços internacionais na redução de juros e na retomada de acordos para aquecer as economias trará ondas de otimismo às bolsas.

Esta previsão de otimismo aliada a preços de ações muito baixos é igual a uma grande oportunidade. Os melhores negócios já ficaram para trás, mas ainda existem grandes pechinchas na bolsa.

 
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