←VoltarA Tomada de Decisão
Ano 2, No 45
Carlos Martins: Profissional de Investimento Certificado APIMEC CNPI, autor do livro "Os Supersinais da Análise Técnica" (Ed. CampusElsevier, 2010) e sóciofundador do Trader Gráfico.
Um assunto pouco explorado no mercado de ações é a hora da tomada de decisão. Vários fatores e análises interferem no julgamento do investidor, até que ele decide fazer uma coisa ou outra, comprar ou vender.
Tenho notado que muitas pessoas se importam muito com os detalhes das análises e pouco com a decisão que é tomada a partir delas. Critérios muito rígidos de análise contrastam com tomadas de decisão que normalmente são feitas
sob pressão e em momentos desfavoráveis.
A realidade é que muitos investidores não confiam plenamente em suas análises e acabam procurando confirmação em análises de outras pessoas, como analistas de bancos e corretoras. Nada contra os analistas, porém o investidor
deve escolher o que seguir, se a si próprio ou a especialistas do setor. E, uma vez esta escolha feita, ter disciplina para acreditar nas análises e tomar decisões de compra ou venda na hora certa, ou seja, olhando análises atuais.
As dúvidas mais comuns são: Qual estudo utilizar para este papel? Qual o melhor tempo gráfico atualmente? É melhor especular no day-trade ou encarteirar o papel? Análise técnica ou fundamentalista?
A resposta é uma só: Conhecimento prévio do ambiente. Quando o investidor acompanha o mercado, ele sabe qual o melhor momento de especular e de compor a carteira, assim como ele escolhe o tipo de gráfico e de análise que vai usar baseado
no momento atual.
Não há mágica, softwares melhores são essenciais, mas experiência no mercado é o fator de maior peso na composição do lucro. Independente de estarmos em crise ou em "céu de brigadeiro", cada momento do mercado tem uma nova metodologia de análise.
Investidores mais experientes já não perdem a cabeça quando uma estratégia de análise para de funcionar, eles simplesmente usam outra. Isto porque depois de um tempo acompanhando o mercado percebe-se que é vital mudar de estratégia sempre, nada
funciona para sempre.
Alguns estudos gráficos são ótimos por algum tempo e depois param de dar sinais satisfatórios. Os fundamentos de uma empresa podem ser ótimos em um mês e péssimos no mês seguinte. Os cursos, os livros, as newsletters, os relatórios e os consultores
podem passar muitas informações, mas é o dono do dinheiro quem junta tudo isso e toma uma decisão.
Muitas pessoas colocam seu dinheiro na mão de terceiros por entenderem que não estão aptas a tomar esta decisão. Desta forma "decidem" que um especialista é a melhor saída. Perceba que esta pessoa tomou uma decisão, ela colocou o dinheiro nas mãos de
outra(s) pessoa(s), que pode ser um amigo ou parente, uma empresa, um banco ou um fundo. De qualquer forma, os prejuízos e lucros sempre são de responsabilidade do dono do dinheiro, por isso da frase "antes de aceitar leia o prospecto".
Se você está confuso com tantas análises, palpites e sugestões que nos bombardeiam diariamente, pare e reflita sobre qual é o seu objetivo. Você quer arriscar uma perda, mas ganhar mais? Você quer um rendimento fixo mensal ou anual? Quer imobilizar o seu
capital? Quer ter liquidez?
Estas perguntas simples devem ser respondidas de bate-pronto pelo investidor. Faça o teste, se você respondeu a elas rapidamente você deve ser um investidor decidido que opera com lucros e aceita os prejuízos como lição, usando-os para melhorar seus métodos
e seguir em frente. Se você não tem certeza do que quer fica muito eufórico com qualquer lucro e acaba se deprimindo nos prejuízos. Este tipo de reação faz com que o investidor abandone o mercado de renda variável mais cedo ou mais tarde.
Então a solução é simples. Basta definir quais são as suas principais diretrizes e escolher as análises ou analistas baseado nisto. é mais fácil do que pensamos, reflita sobre isto. Todas as análises e decisões citadas acima são válidas, você só precisa saber
qual o momento ideal para você em usá-las.