Na semana passada falamos de Endividamento, discutimos a qualidade deste fundamento e no final comentamos sobre o equilíbrio correto entre o uso do capital próprio e o de terceiros, inclusive mencionamos que uma administração financeira competente faz uso de todas as opções possíveis para financiar seus negócios e projetos.
Seguindo esta linha, vamos comentar hoje sobre a atuação do Administrador Financeiro na otimização do Capital de Giro. Uma grande parcela do tempo é dedicada ao gerenciamento deste importante fundamento.
Capital de Giro é a necessidade que a empresa tem de recursos financeiros para "tocar o negócio", pode ser próprio ou de terceiros, depende das estratégias, da necessidade e ou setor de atuação da empresa.
- Mas se é tão generalista o conceito, como nós, potenciais investidores, podemos analisar se está bem ou não?
Geralmente a empresa apresenta problemas com o Capital de Giro devido a:
- Redução das Receitas;
- Prazos de Recebimento muito dilatados e inadimplência;
- Aumento das despesas operacionais e financeiras;
- Aumento de custos;
- Formação de estoques sem um devido planejamento;
- Contenciosos, Recalls etc.
Para que tenhamos certeza de que a empresa-alvo está "vacinada" contra a maioria destes problemas, podemos observar os seguintes pontos:
- Lançamento de produtos novos (pipeline), projetos de expansão de fábrica, projetos de atuação em outros segmentos etc;
- Qualidade dos clientes para minimizar inadimplências;
- Giro do Contas a Receber para detectar políticas equivocadas de prazos dilatados para o setor;
- Política eficiente de racionalização de custos, ao invés de cortes indiscriminados de custos e despesas em detrimento do crescimento;
- Giro de Estoques compatíveis com o setor e fornecedores confiáveis;
- Nível de provisões para pagamento de indenizações de qualquer natureza.
Já vimos que a Análise Fundamentalista engloba todos os fundamentos da empresa, então vamos, além de olhar os índices baseados nos demonstrativos disponíveis, analisar também através de revistas especializadas, relatórios, entrevistas etc, seu Corpo Gerencial, seus Clientes, seus Fornecedores e seus parceiros da área Financeira (Bancos etc).
Devemos evitar aquelas empresas cuja política é "apagar incêndios", quando surge uma dificuldade não têm respostas convincentes e ou atitudes.
Em um mundo ideal, todas as empresas possuiriam um excelente plano financeiro e estratégico para um dilatado horizonte temporal e, neste caso, o nosso amigo financeiro teria uma vida muito tranqüila. Porém, a realidade nos mostra que as turbulências dos mercados em constante mudança exigem dele um esforço e conhecimento técnico muito grande para adaptar as necessidades da empresa ao novo cenário.
Espero que estes comentários tenham sido úteis de alguma forma para ajudá-los na formação da sua carteira de investimentos!
Até a próxima semana!